Como toda a gente sabe a vírgula é um dos sinais de pontuação mais desprezados. Há mesmo escritores jornalistas e/ou colunistas que se especializam em não a usar ou em usá-la sempre nos locais errados. E contudo tanta coisa pode depender de uma coisa tão discreta… É o que se aprende com este vídeo não sabemos se promocional se pedagógico em todo o caso profundamente terapêutico. Vejam leiam com atenção que logo perceberão a transcendência da vírgula.
Abril 2009
Abril 8, 2009
Abril 4, 2009
Os Livros Ardem Mal: com Alexandra Lucas Coelho
Posted by eplusofonos under Livro, Média, NotíciasDeixe um Comentário
Na próxima segunda-feira, 6 de Abril, pelas 18 h, no foyer do Teatro Académico Gil Vicente, terá lugar a 7ª sessão de Os Livros Ardem Mal, uma actividade do Centro de Literatura Portuguesa, na temporada de 2008/09. A convidada é Alexandra Lucas Coelho, jornalista do Público e uma das mais consagradas da sua geração, sobretudo an área da grande reportagem e da cultura, com um livro editado sobre o conflito palestiniano, Oriente Próximo (2007). O painel será constituído por Catarina Maia, Luís Quintais, Rui Bebiano e Osvaldo Manuel Silvestre, que moderará.
Na primera parte da sessão serão apresentados os seguintes livros:
Abril 3, 2009
No posfácio à (muito gralhada) edição portuguesa de Camões, décimo capítulo de The Spirit of Romance (1910), Stephen Wilson afirma que Ezra Pound antecipa nesse texto a definição de épica que viria a cunhar no ABC of Reading (1961): “a poem including history”. Já a propósito de Paterson, Éloges ou The Cantos, disse Paul Merchant que o registo autobiográfico neles inscrito constitui a novidade da epopeia do século XX. Narrativa pessoal e história nacional são, precisamente, a matéria poética de Assomada Nocturna. Quanto à primeira, ela não representará a “Autobiografia ortónima” do poema que abre o livro; trata-se antes de uma intimidade que, projectada no coração juvenil, se torna partilhável:
Ai noites de Assomada
cobertas do luar
de todas as insularidades
derramando-se pelo regaço
pelos cabelos brancos pela terna tranquilidade
dos nossos donos das nossas donas
esparramando-se pelos risos das mães de filho
pelo precoce afago das domésticas
pela austera severidade dos pais de família
fundindo-se na rasa e extrovertida altivez
nas falas várias dos filhos de Assomada
enleadas de risos
sob a luz turva e pardacenta
das lâmpadas da rua
mortiças e companheiras
Cedendo o registo lírico e esse rosto plural do protagonista de Assomada Nocturna, poderíamos então chamar-lhe “poema de formação” (ou Bildungsgedicht). Inocência Mata esteve perto deste entendimento, quando afirmou que o tempo redivivo por NZé di Sant’y Águ “pode considerar-se a fase de «conhecimento do mundo»”; nesta estrofe, e no âmbito do Bildungsroman lusófono, “o precoce afago das domésticas” ou a “austera severidade dos pais de família” não andarão longe, por exemplo, de alguns ambientes recordados em Menino de Engenho, de José Lins do Rego.
Abril 2, 2009
Da especificidade do professor de Português Língua Estrangeira (II)
Posted by eplusofonos under Aulas de Conversação[2] Comments
Para ensinar Português Língua Estrangeira (PLE), como para ensinar qualquer língua estrangeira, a criatividade é um trunfo essencial, ainda que, como ficou exposto na primeira parte deste texto, não seja suficiente para garantir um processo de aprendizagem bem sucedido. Longe vão os tempos em que o estudo de uma língua estrangeira se concebia sob uma perspectiva exclusivamente normativa (aprender francês, por exemplo, equivaleria a aprender e aplicar as regras da gramática francesa). Hoje em dia, é comummente aceite que, no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira, dedicar o tempo da aula inteiramente ao estudo das regras gramaticais e à resolução de exercícios não é eficaz. Tendo em conta que uma língua é um meio de comunicação – sem no entanto cair na perniciosa concepção de que o importante é que a mensagem passe, independentemente da correcção do discurso, ideia que não perfilho de todo – há quatro competências comunicacionais a desenvolver no processo de aprendizagem: ouvir, falar, ler, escrever.
Na criação das suas actividades para a aula, o professor de PLE terá então de considerar o desenvolvimento destas quatro competências, para que os alunos alcancem um real domínio da língua portuguesa. Claro que se pode sempre defender que qualquer actividade em português é útil para alunos que não dominam essa língua: se outro objectivo não houver, os alunos estão em contacto com o português e algum proveito tirarão dessa exposição à língua. Porém, não só isso não é inteiramente verdade como, nesse caso, não estamos longe da lógica combatida no texto precedente, isto é, de que qualquer falante nativo (como o estudante erasmus que nos serviu anteriormente como exemplo) pode cumprir o objectivo de possibilitar um contacto com a língua. Reiteremos pois que nos referimos a um processo de aprendizagem de uma língua, com objectivos que são substancialmente diferentes dos do mero contacto com a língua de estudo, e que exige a presença de um professor especializado.